quarta-feira, 26 de março de 2014

aquele Q - parte II

O todo. O todo harmonioso. O preto e o branco, então estou de novo no rosa. As lengeries, e camisetas e calcinhas. E todas elas espalhadas. E a mentira rondando minha mente e querendo entrar, mas não sai. Todas as luzes coloridas e as minhas mãos tremendo tentando colar o pedaço de alguma coisa. Agora o pontinho alaranjado se foi, e todo o resto. A frente fria. A névoa. E a parte ensolarada volta a reinar sobre o meu sonhar. Sobra a minha mágica-realidade. Estar sem a presença deles é estranho, de certa forma. Não como se eu sentisse falta, mas não como se eu pudesse ficar completamente feliz porque quase que de fato, eles vão voltar. Estava escrito naquele papel, então, um dos pontinhos do meu cérebro de cor normal cismou que é assim que é. E eu realmente tô cansada demais pra discutir com ele, de novo. Então todas as luzes se juntam na direção de um poste e eu vejo uma mulher. O cabelo dela está bonito e sinto vontade de... tocá-la. Então ela se vai e já não sei se era só delírio ou realidade e tudo parece estar perto demais do que de fato, é. O meu corpo e todo ele é feio, e eu queria tirá-lo como roupa. Avisto outro alguém. E não é Morpheus e nem Hades e nem Lilith. E não é Caim, nem Abel, ou Moisés. Um monstro ou algo assim. E não diz se faz parte da mágica-realidade ou do outro lado. Mas vejo seu contorno e tem o cabelo grande e o corpo magro. Posso sentir sua presença e já não confundo delírio e fatos. Eis que surge um pontinho vermelho. Pontos vermelhos são tudo o que você não-quer-ter. Pontos vermelhos surgem em casos extremos. E aquele era um caso extremo? O ponto fica parado então continuo respirando como se nada tivesse acontecendo. Penso em correr e lhe beijar a boca, mas não fiz. Em bater nele, e também não fiz. Talvez eu estivesse exaltada, porque ele estava simplesmente parado com uma luz branca rondando, ou saindo dele. Não era como se ele estivesse me vendo lá e nem nada disso. Eaí: breu! Droga. Eaí: em menos de um segundo e tudo está vermelho mas ele está mais vermelho que tudo. O ponto vermelho no meu cérebro não tira uma enegia impressionante de algum lugar ainda desconhecido e fica zapeando pelo cérebro sem parar, ele simplesmente cresce... e cresce , e cresce. E não queima, só cresce. Então ele chega no limite, nas bordas, e eu penso "ufa". Mas ele, simplesmente, como quem desafia, como uma maldade... não para. Então sinto na minha corrente sanguínea também, e depois na minha pele...E passo a me preocupar de verdade, e sinto a energia que aquela criatura está depositando no que está prester a acontecer - o que quer que seja. Explodo. Metafórica e literalmente. Por fim, estou em todos os lugares. Em algumas partículas da água de rios, lagoas, e lagos, e na que voce bebe. Na areia, no barro. No esfalto e também no ar. Em alguns objetos como bolas, avioes, travesseiros, almofadas, sofás, camas, e cuecas. Algumas vezes as pessoas me vêem ou me sentem, e essas me descartam. Poucas as que me vêem, continuam comigo. E na maioria, elas nem notam minha presença, então me usam normalmente. Eu gosto principalmente de estar no céu ou na mar no momento em que o Sol ainda está se pondo mas dá pra ver a lua. É o momento em que todas as minhas partes, brancas, pretas, rosas, laranjas ou vermelhas ficam felizes e satisfeitas e em harmonia total. Todos os pontinhos, o que um sente, o outro sente. E as vezes aquela criatura vem e se molha ou voa em mim.

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