terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cabelos e como agora o meu não é mais azul ou roxo (preto como orvalho e natural como a floresta) . Viva a liberdade!

Não sei o quê ou porquê mas alguma coisa dentro de mim me fez lembrar daquela terça-feira. Não sei mesmo porque se soubesse dava um jeito de controlar já que existe quem não vai gostar nada disso. Mas tá sendo inevitável. Talvez seja por ter tocado no assunto desse medo que nunca vai embora das pessoas sempre irem embora.
Bom, por causa de alguma sina, as minhas aulas de Biologia sempre são na terça-feira. E naquele dia, a sua era. Eu fui falar com você, juntado toda a minha coragem e impaciência que a gente poderia foder aquele dia. Mas você disse que estava cheio de coisas pra fazer. Então eu disse que podia ser aquela semana... ou qualquer outro dia que você pudesse. E aí que foi meu erro. Talvez se eu tivesse dito "qualquer outro dia que você QUISESSE", tudo estaria resolvido ali. Mas aparentemente você passou o ano inteiro muito atarefado. Continuamos conversando normalmente e até ficando mais próximos, mas você nunca falou sobre foder comigo de novo. É óbvio que aquilo mexeu comigo. Fodi com uma pessoa de confiança só pra ter a certeza de que não fodia mal, e estava certa. Fiquei me perguntando... não sei, vai ver você só era um cara sentimental. Não era.
Vai ver só não rolou química.
E parei por aí nas minhas hipóteses.
É incrível como depois de tanto tempo essa situação ainda me deixe encabulada. Eu  nunca vou esquecer a sua cara de surpresa quando eu cheguei toda tímida e depois fiz a proposta. Ah, mas eu não aguentava mais! Eu queria você só pra mim de novo, mesmo que fosse por "pouco" tempo. Não rolou.
Nunca mais eu te tive só pra mim porque você nunca mais me deu essa oportunidade.
Mesmo que você tenha desejado isso algumas vezes depois daquilo, não o fez. Não me chamou. Não me atendeu e não me contou. E agora eu só sei porque... porque sim. Sei que sim porque também senti.
Mas tentei, chamei, liguei, apareci. E você nada.
Até hoje, você nada.
Não me faz mas diferença pois agora mil e uma voltas foram dadas no mundo. Agora eu não preciso mais que você foda comigo porque você nem fodia tão bem assim e eu fodia tão bem assim e só fui descobrir isso depois que parei de querer foder contigo. E agora você já tem com quem foder mesmo que você não queira foder com ela e ela queira foder com você.
Mas ainda me é uma situação engraçada. Mais ainda porque todos em um raio de 100km sabiam desse desejo. E aí vinham as interpretações. Eu era otária? Você era viado? Eu estava tão terrivelmente apaixonada que não enxergava que você não queria nada comigo? Você não queria nada comigo? Eu era feia pra você? Você era feio pra mim?
Lembro que cheguei a cogitar a hipótese sobre maconha. Que você me achava inexperiente demais pra você. Isso tudo pra mais tarde descobrir que eu fui o seu segundo ou terceiro caso casual.
Pior ainda que eu passei a semana inteira tentando colocar um monte de coisas pra fora.
E aí o que me sai? Não dá pra acreditar.
É sério, eu não te amo. Eu não te amo mais. E sim, está no passado. Nada daquele papinho que amor é eterno porque não é. Eu não nasci pra fazer papel de trouxa então não me surpreende que eu não te ame mais. Eu gosto de você. Gosto muito, muito mesmo. Mas não amo. Não acho um monte de mentiras sobre você porque não te amo mais, já que essa é a única forma de te amar. Não te imploro as coisas porque não te amo mais.
Será que em algum momento do espaço x tempo você tem noção de quantos problemas surgem na minha vida? Eu tenho um pai problemático. Uma mãe problemático - não tanto quanto meu pai mas sim. Uma irmã problemática. E eu. E uma família. E eu tenho um amor. Não doentio, sujo e calado como foi o meu/seu/nosso (nunca vou saber como me referir) mas bonito e cheio de luz. E eu preciso cuidar dele e dar todo carinho e atenção, como uma plantinha, para que ele não vá embora como todas as outras pessoas sempre vão - como você foi e agora eu nem posso te mostrar isso pra gente rir. E eu tenho amigos que estão distantes e precisam muito de mim porque são problemáticos. E em algumas semanas tudo isso resolve simplesmente me testar. Aparecer de uma vez. E aí o que eu faço?! Escrevo isso.
E quando já estou me sentindo estranha e na necessidade extrema de voltar pra terapia, porque há tempos não penso em nada disso, eu mesma me analiso e me compreendo.  Essas linhas só estão saindo, sem dor (como saíram algumas poucas sobre felicidade no dia de ontem) e rápidas porque você é a representação de todo sentimento ruim que todas coisas problemáticas da minha vida proporcionam. Porque você foi o ápice delas. E quando penso nelas e sinto isso, automaticamente meu cérebro me leva a você. Ainda bem, porque posso ver que você passou assim como elas passarão, e me deu coisas boas. Me deu um olhar mais atento sobre as coisas, me deu alguns pensamentos que me apresentou, e me deu pessoas. E me deu pessoas em especial.
Só pra deixar claro que você não passou totalmente. É que não dava pra eu explicar isso ali em cima, mas você ainda é presente. Eu gosto de você, bastante. Não sei se gosto de gostar, mas gosto. Isso importa. O que eu quero dizer é que a parte ruim passou e agora essa parte só está aqui porque a ruim passou. Entende como uma coisa nos levou a outra? Foi tudo como tinha que ser, não me canso de pensar isso. Todas as vezes que pensei em te matar, em me matar, em te agarrar ou sequestrar e principalmente todas as vezes que só faltei enfiar Marlboro vermelho no cu, eram pra acontecer. E também porque - e me permito dizer, sentir e fazer isso porque depois de tudo que você fez, mesmo que sub inconscientemente, eu tenho todo o direito - pra me fazer lembrar o quanto eu sou forte. No meu egoísmo, te mantendo lá, como meu troféu. Tirar você da minha vida foi a minha medalha de ouro. Pra que eu lembre de como achava que seria impossível porque você estava sempre, da sua maneira, mantendo meu coração aquecido e meu cérebro em atividade.
E agora que já disse tudo isso. E não deixei ninguém mal, porque você jamais se espantaria com a minha parte escura, pelo contrário, isso só te fará se sentir mais próximo de mim. Que no fim, também sobrou, os laços. De tanto nos embaralharmos e quebrarmos, conseguimos ver o interior de cada um. E ficou. Como aquelas imagens tão chocante que nunca mais saem da sua mente. Então nos mantemos perto por termos a certeza de que somos os únicos que nos conhecemos dessa forma (e entenda que isso não é necessariamente bom) e para garantirmos de que vai continuar assim, ou seja, num momento de extrema dificuldade interna - e temos muito disso - não vamos precisar mostrar pra outra pessoa ou que o outro, sem querer, fale sobre. E já pensei muito em fazer isso com você, por raiva e tristeza, e não fiz por causa desses laços, então, o nosso esquema estranho dá certo.
Bom, posso finalmente abrir outra página, em branco, com o tracinho magro e sexy piscando doido para se tornar útil e escrever sobre o beijo que recebi domingo. Do meu amor, aquele já citado. A sensação foi tão boa que ele nem merece ter mais linhas no mesmo texto que fala sobre você. E eu o amo, não por laços esquisitos e quase obrigatórios, por fitas coloridas. De uma forma que você já pode saber e não soube. E te agradeço por isso porque você transformaria meus fitilhos em barbantes e ele transforma em linhas de seda. (Aprendi a não gostar do estrago e não há nada que admire mais do que toda essa exalação de sorrisos e coisas boas)




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